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Trabalho escravo: homem resgatado relata condições degradantes

  • Foto do escritor: Fabio Sanches
    Fabio Sanches
  • 1 de mai.
  • 2 min de leitura

Mais de 1,6 mil pessoas foram resgatadas em 2024
Mais de 1,6 mil pessoas foram resgatadas em 2024

Aos 52 anos, o maranhense Marinaldo Santos lembra o terror do trabalho pesado, sem remuneração e em péssimas condições, no campo. Resgatado três vezes em situação degradante de trabalho, ele conta que, junto aos colegas, vivia sob ameaça.  


"As ameaças era uma atrás da outra, se a gente fugisse. A gente não ia sair com vida. Os capatazes andava tudo armado. Foi muito sofrido. Nós era muito maltratado, uns barraco velho, só coberto de plástico. A gente não tinha sossego à noite. Se chovesse, a gente passava a noite esperando a chuva passar em pé, que não tinha onde se deitasse, que gotejava pra todo lado.A água que a gente bebia era a mesma onde o gado passava por dentro, bebia. Chegava do serviço 5 horas, ia pra beira de um açude, pegar algum peixe pra comer com açaí e com farinha de puba".


No ano passado, mais de 1.600 pessoas foram resgatadas somente de trabalho escravo rural, no Brasil. O dado é do Relatório Anual Conflitos no Campo, da CPT, Comissão Pastoral da Terra. Evandro Rodrigues é da coordenação da Campanha da entidade "De Olho Aberto para Não Virar Escravo". Segundo ele, a lógica do trabalho escravo é sustentada por três elementos: miséria, ganância e a impunidade.  


A pobreza que move a necessidade de encontrar um trabalho digno é o que levou Marinaldo Santos a buscar oportunidades de ajudar a mãe e, depois, de sustentar os três filhos.  


E a concentração de terra é, também, apontada como um agravante por Ayala Ferreira da direção nacional do Setor de Direitos Humanos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Ayala defende, como possível solução, a democratização do acesso à terra.  


No mês passado, o Ministério do Trabalho e Emprego atualizou a chamada “Lista Suja”, que passou a ter 742 empregadores que já submeteram trabalhadores a condições semelhantes à escravidão. Entre os recém-incluídos, as atividades que mais geram casos estão no campo: criação de bovinos e cultivo de café.  


Na avaliação do Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a submissão de pessoas ao trabalho escravo é “repugnante”. Para combater isso, ele defende a modernização das leis sobre o tema, além da união de toda a sociedade e de setores produtivos. 


Após o trauma das condições subumanas em que viveu no trabalho não remunerado, Marinaldo Santos fez da triste experiência uma lição de vida, que sempre leva a estudantes, em escolas do Maranhão.  


Marinaldo também atua no Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Pindaré Mirim, no Maranhão. A tarefa dele é evitar que outras pessoas enfrentem o que passou; além de dar suporte aos resgatados.  


Qualquer violação de direitos trabalhistas ou situação de trabalho escravo, deve ser denunciada no disque 100, no site do Ministério do Trabalho, ou no portal do Ministério Público do Trabalho. 




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